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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

O "Cosmos" de Carl Sagan


Sagan fala sobre a nave espacial Voyager 2 no Jet Propulsion Laboratories em Pasadena, Califórnia, em 1986. Fonte: Natgeo.

Os defensores do “livre arbítrio” nos dizem que temos o poder de escolher qual caminho seguir, entre os diversos que a vida nos oferece a cada dia. Mas, o fato de estar escrevendo este pequeno texto, deve-se a que entre tantas opções, eu optei por escolher um caminho que a primeira vista parece não ser o mais fácil, nem o mais promissor e cada passo dado, parece ser mais difícil que o anterior e de fato é. Neste caminho o progresso embora constante é lento e cansativo, mas à medida que se avança, as dificuldades e o cansaço se tornam insignificantes em relação à sensação de euforia que floresce em nosso interior toda vez que compreendemos um pouco mais do funcionamento de nosso universo. Este caminho é o da ciência e da razão que são as bases para todo o progresso da humanidade. Mas, eu não escolhi este caminho por acaso, eu fui guiado magistralmente por cada palavra cheia de conhecimento escrita por Carl Sagan nas suas dezenas de livros e artigos publicados ao longo de sua vida.

Carl Edward Sagan ( - ) foi um astrônomo, cientista planetário, cosmólogo, astrofísico, astrobiólogo, escritor e comunicador de ciência. Sua contribuição científica mais conhecida é a pesquisa sobre vida extraterrestre, incluindo a demonstração experimental da produção de aminoácidos a partir de produtos químicos básicos por radiação. Sagan também é responsável pelas primeiras mensagens físicas enviadas ao espaço (uma placa na sonda espacial Pioneer e o disco a bordo das sondas Voyager 1 e 2) , mensagens universais que na visão dele, poderiam ser potencialmente entendidas por qualquer inteligência extraterrestre que pudesse encontrá-las.

Sagan também foi o primeiro a defender a hipótese, agora aceita, de que as altas temperaturas da superfície de Vênus podem ser atribuídas e calculadas usando o efeito estufa e a propor a possibilidade de existência de micro-organismos na atmosfera deste planeta.

Ilustração da Sonda Voyager 1 - viajando pelos confins do Sistema Solar

agan também foi pioneiro na exploração de Marte, chefiou as missões com as sondas Mariner e Viking nos anos 1 970, motivo pelo qual recebeu medalhas da NASA pelos resultados científicos e Serviço Público Excepcionais e o prêmio internacional de astronáutica – Prix Galabert. Sagan também foi incentivador dos grandes projetos de rastreamento de sinais de rádio no universo, os quais poderiam ser produzidas por vida inteligente extraterreste, pois ele acreditava que as chances da humanidade captar algum sinal desta natureza aumentam a cada ano com o barateamento e o refinamento das tecnologias.

Sagan foi eleito presidente da Divisão de Ciências da Sociedade Astronômica Americana, presidente da Seção de Planetologia da União Geofísica Americana e presidente da Seção de Astronomia da Associação Americana para o Progresso da Ciência. Juntamente com o Astrônomo Frank Drake, foi editor por 1 2 anos da revista Icarus, o principal jornal voltado à pesquisa planetária. Foi co-fundador e presidente da Sociedade Planetária e ainda Cientista Visitante Distinto no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL) . Recebeu 22 títulos honoris causa de universidades americanas. Sagan também escreveu mais de 600 artigos científicos e populares e foi autor, coautor e editor de mais de 20 livros, pelos quais recebeu diversos outros prêmios incluindo um Pulitzer de Literatura.

Cientista, celebridade, escritor, professor, cético, e livre-pensador, era muito mais do que o narrador de uma série de TV, ele trabalhou arduamente 1 8 horas por dia, tinha uma paixão enorme pelo seu trabalho e acreditava que a ciência  é a única responsável pelo progresso e sobrevivência da humanidade. Esse legado ainda hoje é presente, mesmo se passando mais de duas décadas de sua morte. Seu nome ainda é usado várias maneiras, causando impacto em várias partes do nosso mundo. Sagan é responsável por inspirar grande parte da atual geração de cientistas. A celebridade de Carl Sagan é a razão de termos tantos astronautas, pesquisadores e outros talentos na comunidade científica hoje. Ele é a razão de termos celebridades da ciência como Bill Nye e Neil DeGrasse Tyson. Carl Sagan definiu a estrutura pela qual eles operam e como aumentam sua base de fãs. Pensar em um cientista com uma base de fãs era praticamente inédito antes de Sagan, então não é de se admirar que seu popular programa de ciência “Cosmos” esteja sendo relançado anos depois. Sagan foi considerado insubstituível para a comunidade científica, e isso devido à maneira como ele estabeleceu uma base para outros se firmarem.

Ele era conhecido não tanto pelo que fazia, mas por quem ele era e como apresentava a ciência. Ele tornou a ciência divertida e acessível e fez as pessoas sentirem que poderiam se tornar cientistas, nesta lista devo me incluir e conheço muitas pessoas as quais esta afirmação se aplica. Em outras palavras, ele tornou normal pensar no campo científico como algo excitante e válido em uma época em que muitas pessoas eram criticadas por suas inclinações científicas.

A série Cosmos, foi considerada uma inspiração para muitas das grandes mentes científicas de hoje, e é bem vista por trazer conceitos científicos elevados e complicados para as massas que a maioria das pessoas não entenderia ou não se importaria. Carl Sagan tinha um jeito de tornar muitas dessas ideias elevadas compreensíveis para pessoas que não tiveram sua extensa educação ou experiência. Sagan morreu no dia 20 de dezembro de 1 996 no Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, Estados Unidos, depois de uma batalha de 2 anos contra uma grave doença na medula óssea. Porém seus ensinamentos e reflexões sobre o futuro da humanidade, sobre o amor e sobre como a ciência deve ser um empreendimento coletivo no qual todos participem continuam entre nós.

Antenas  do  observatório Allen Telescope Array Overview- Créditos Seth Shostak/SETI.

Para homenagear Carl Sagan, na atualidade existem diversos clubes de astronomia que levam seu nome, alguns centros de pesquisa (Carl Sagan Center – SETI) e institutos. Mas o nome Carl Sagan não está limitado a atração do campo gravitacional da Terra. Pois, a mais de 1 50 milhões de quilômetros de distância, neste exato momento, existe um pequeno asteróide com seu nome (2709-Sagan) , viajando pelo espaço a mais de 70 mil quilômetros por hora, cuja órbita, graças às leis da física encontra-se interligado à órbita de outro pequeno asteróide, agora denominado de asteróide Druyan em homenagem a Ann Druyan, sua esposa. Estes dois corpos estão interligados indefinidamente e, a menos que algo aconteça com eles, permanecerão presos em suas órbitas enquanto o Sistema Solar existir.

Carl e Ann Druyan ainda compartilham outra conexão com as estrelas, uma mensagem que foi lançada ao espaço em duas espaçonaves separadas em 1 974(Voyager 1 e 2) , as quais estão neste momento voando rumo às estrelas a uma distância aproximada de 1 4 e 11 ,6 bilhões de quilômetros respectivamente, tão longe de casa, que cada sinal enviadas por estes fiéis mensageiros, leva para chegar à Terra em torno de 21 h viajando a velocidade da Luz. Estas naves espaciais entre muitas outras coisas, contém uma gravação das ondas cerebrais deles dois.

Mas, o nome Sagan não está limitado apenas a objetos físicos ou organizações, existe o “número de Sagan” que é o número de estrelas do universo observável. O número de Sagan deve ser distinguido da “unidade sagan”, usada para denotar qualquer quantidade grande, mas especificamente qualquer número de pelo menos quatro bilhões, devido à associação de Sagan com a frase "bilhões e bilhões".

Render homenagens a Carl Sagan  é uma forma de agradecer por ele ter dado os primeiros passos nesta aventura que estamos trilhando lentamente, abrindo o caminho que nos levará a outros planetas e estrelas. Para isso não é suficiente o fato de existirem organizações ou objetos que levem seu nome na Terra ou voando pela escuridão do espaço Sideral. Para dar a oportunidade a todos aqueles que se sentem privilegiados  por existirem após a era "Sagan", foi necessário escolher um dia no ano dedicado a homenageá-lo. Este dia é o Carl Sagan Day, uma espécie de feriado mundial para todos os apaixonados pelo conhecimento do universo e é celebrado todo dia 09 de novembro, data de seu nascimento.

No Paiuí a Graviton Scientific Society, costuma organizar o evento local desde o ano 2014, com palestras, comentarios sobre a obra de Carl Sagan e observação astronômica da Lua e Planetas do Sistema Solar.


sábado, 31 de outubro de 2020

O "COSMOS" DE CARL SAGAN, ROAGLL Nº 23, novembro de 2020

Na ROAGLL Nº 23, de novembro de 2020, o Prof. Me. Edward Montenegro do Graviton Scientific Society, escreveu um artigo no qual conheceremos um pouco do trabalho do renomado astrônomo americano Carl Sagan. Também, relembrando sua famosa série "Cosmos" e nos convidando a participar do evento Carl Sagan' s Day, que será realizado em vários países do mundo no dia 9 de novembro. Leia o texto a seguir!


LER A REVISTA COMPLETA




segunda-feira, 1 de julho de 2019

Como sabemos o que é realidade?



Muitos de meus leitores poderão dizer que que essa é uma das perguntas mais fáceis de responder, pois ao final realidade é tudo o que existe. Essa resposta parece bastante convincente, não? Só que não é. Há vários problemas com essa resposta. O que dizer dos dinossauros, que não existem mais? e das estrelas, tão distantes que quando sua luz finalmente chega até nós e conseguimos vê-las podem já ter se extinguido?, o que falar dos elétrons que nunca foram observados diretamente?. Mas, afinal, como sabemos que as coisas existem mesmo no presente? como sabemos que algo é real? 

Para começar, nossos cinco sentidos fazem um excelente trabalho para  nos convencer de que muitas coisas são reais: pedras, computador, grama, chuva, sal, chocolate, etc. Mas, dizemos que algo é “real” apenas quando podemos detectá-lo diretamente com nossos cinco sentidos?

E quanto uma galáxia, tão distante que não pode ser vista a olho nu? E uma bactéria tão pequena que só pode ser vista com um microscópio? Devemos dizer que as coisas não existem porque não as enxergamos? Não. É claro que a ciência nos permite intensificar nossos sentidos com instrumentos especiais como telescópios para as galáxias  e microscópios para as bactérias. Mas, alguém poderia argumentar, então esses instrumentos nos permitem ver esses objetos e assim sabemos que existem, e quanto as ondas de rádio?

Como podemos afirmar que as ondas de rádio existem?, se todos sabemos que nossos olhos não podem vê-las e nossos ouvidos não podem escutá-las. Mas, felizmente neste caso também a ciência possibilitou construir aparelhos como rádio e televisão que convertem essas ondas em sons e imagens que podemos ver e ouvir. Radiotelescópios e telescópios de raios x nos mostram estrelas e galáxias distantes em outras frequencia que seria impossível enxergar usando apenas nossos olhos ou telescópios ópticos.
Mas, e quanto aos dinossauros que não existem mais como podemos dizer que eles são reais? que eles um dia andaram pela superfície da Terra? ao final, nunca vimos nem ouvimos  e muito menos corremos de medo de algum. Neste caso, mais uma vez a ciência nos possibilita o estudo dos fósseis que são visíveis a olho nu. Fósseis não correm nem pulam, mas sabemos como eles se formam e graças a isso podemos dizer algo sobre o que aconteceu a milhões de anos.
Por último, há um recurso menos conhecido, que nos cientistas usamos quando nossos sentidos não conseguem decidir o que é real. Eles criam um modelo do que poderia estar acontecendo e depois é submetido esse modelo a testes rigorosos. Este modelo poder ser de vários tipos como: uma maquete, uma modelagem matemática, uma simulação computacional, logo examinamos atentamente o modelo e assim pode-se predizer o que teríamos ver ou ouvir se o modelo fosse correto. Depois, averiguamos se as predições estão certas ou erradas. 
Se estiverem certas isto aumenta nossa confiança de que esse modelo representa a realidade, caso contrário, o modelo será modificado, se tentará controlar mais variaveis e submeter a teste novamente, se as predições se continuarem erradas, o modelo é rejeitado. Assim que funciona a nossa ciência, fique atento e não se deixe enganar sobre o que realmente existe no universo e sobre o que é produto da imaginação!

Adaptado do livro "A magia da realidade" de Richard Dawkins


domingo, 9 de novembro de 2014

Carl Sagan Day!

Todo dia 9 de Novembro se comemora o Carl Sagan Day.


Para mim este é um dia tão especial quanto meu próprio aniversario, pois neste dia no ano de 1934, nasceu a pessoa responsável por eu ter uma visão do universo basado em fatos e teorias cientificas e deixar de lado toda superstição imposta por nossas famílias e sociedade. Em seguida um breve resumo desta pessoa que para mim brilhou mais que qualquer estrela existente no Universo.

Carl Edward Sagan - Foi um cientista, astrônomo, cosmólogo, autor, escritor de ficção científica e um grande divulgador científico. Ele passou grande parte da carreira como professor da universidade Cornell, onde era diretor do laboratório de estudos planetários. Ele é autor de mais de 600 publicações científicas, e também autor de mais de 20 livros de ciência e ficção científica. Foi durante a vida um grande defensor do ceticismo, fundou a instituição de pesquisas SETI, fundou a organização não-governamental Sociedade Planetária e foi pioneiro no ramo da ciência exobióloga. Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos: Uma Viagem Pessoal, que ele mesmo narrou e co-escreveu. O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contato, que serviu de base para um filme homônimo de 1997. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, no Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea.

FONTE: wikipedia.org 

sábado, 25 de outubro de 2014

Como surgiram as moléculas precursoras da vida?

A experiência de Stanley Miller. O aparelho é preenchido com uma atmosfera de metano, amônia e hidrogênio. Um balão de água simula um oceano primitivo (a água é aquecida por uma resistência, o que contribui para o enriquecimento da atmosfera com o vapor de água). Dois elétrodos, que são usados para produzir relâmpagos, fornecer energia ao sistema.
Nós seres humanos, parecemos bem diferentes de uma árvore. Sem dúvida, percebemos o mundo de uma maneira bem diferente de um vegetal. Mas no fundo, no íntimo molecular da vida, as árvores e nós somos essencialmente idênticos. Ambos utilizamos ácidos nucléicos na hereditariedade, bem como proteínas e enzimas para controlar a química de nossas células e mais importante ainda, ambos utilizamos precisamente o mesmo livro de código para transformar a informação do ácido nucléico em informação de proteína, como o fazem virtualmente todas as outras criaturas no planeta Terra.

A explicação comum desta unidade molecular é que somos todos — árvores e pessoas, o peixe diabo-marinho, o limo vegetal e os paramécios — descendentes de um único e comum instante da origem da vida no início da história em nosso planeta. Como surgiram então as moléculas importantes na Terra? Será que elas podem surgir facilmente em outros lugares do universo?

Carl Sagan Trabalhou arduamente no laboratório da Universidade de Cornell com a finalidade de responder estas perguntas. Ele e sua equipe uniram e separam os gases da Terra primitiva: hidrogênio, água, amônia, metano, sulfeto de hidrogênio, todos presentes, casualmente, no planeta Júpiter hoje e pelo Cosmos. As faíscas eletricas produzidas pelos elétrodos correspondem aos raios, também presentes na Terra antiga e no atual Júpiter.

A reação no recipiente é, de início, transparente: os gases precursores são inteiramente invisíveis, mas após dez minutos de faiscagem vemos um estranho pigmento marrom lentamente riscando os lados do recipiente. O interior gradualmente se torna opaco, coberto por um alcatrão marrom e escuro.

Se tivéssemos utilizando a luz ultravioleta — simulando o Sol inicial — os resultados teriam sido quase que os mesmos. O alcatrão é uma coleção extremamente rica de moléculas orgânicas complexas, incluindo as partes componentes de proteínas e ácidos nucléicos. A essência da vida parece poder ser facilmente montada.

Estas experiências foram feitas pela primeira vez no início dos anos 50 por Stanley Miller, então um aluno graduado do químico Harold Urey. Urey argumentava com insistência que a atmosfera inicial da Terra era rica em hidrogênio, como é na maior parte do Cosmos — que o hidrogênio tem escapado para o espaço proveniente da Terra, mas não do massivo Júpiter, e que a origem da vida se deu antes da perda do hidrogênio.

 Após Urey ter sugerido que estes gases escaparam, alguém perguntou a ele o que esperava obter da experiência. Urey replicou: "Beilstein". Beilstein é um maciço compêndio alemão de 28 volumes, listando todas as moléculas orgânicas conhecidas pelos químicos.


Utilizando somente os gases mais abundantes presentes no início da atmosfera da Terra e quase que qualquer fonte energética que rompa cadeias químicas, podemos produzir os blocos essenciais de construção da vida. Ate agora nenhum cientista misturou num laboratório alguns gases e viu algum tipo de ser vivo sair caminhando do laboratório, mas pelo menos sabemos que é provável dos blocos básicos da construção da vira aparecer pelo universo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

HÁ VIDA INTELIGENTE NA TERRA?




Imagine que você é um explorador alienígena entrando no Sistema Solar depois de uma longa viagem pela escuridão do espaço interestelar. Você examina de longe os planetas dessa estrela trivial – um bom número, alguns cinzentos, alguns azuis, alguns vermelhos, outros amarelos. Você está interessado em saber que tipo de mundos eles são, se nesses ambientes há vida e inteligência. Você não tem conhecimento prévio da Terra. Acabou de descobrir a sua existência. Vamos imaginar que exista uma ética galáctica: olhe, mas não toque. Você pode voar por esses mundos, pode girar ao redor deles, mas está rigorosamente proibido de pousar. Sob tais restrições, conseguiria descobrir como é o ambiente da Terra e se alguém nela vive?

À medida que se aproxima, sua primeira impressão de toda a Terra, são nuvens, calotas polares brancas, continentes marrons e uma substância azulada que cobre dois terços da superfície. Uma medição da temperatura revelaria que na maior parte do planeta esta por cima do congelamento da água e apenas nos pólos é inferior. Os espectrômetros de sua nave ainda revelam que o ar nesse mundo é um quinto de oxigênio. Isso sugeriria que exista vida? Mas essa vida só poderia ser apenas plantas fotossintéticas. Alem, do oxigênio, não há sugestão de um nível elevado de inteligência. Outro aspecto peculiar seria encontrar metano e oxigênio juntos na mesma atmosfera. O que significaria? A única explicação possível é que o metano provém de fontes como bactérias em pântanos, cultivo do arroz, queimadas, gás natural de poços de petróleo e flatulência bovina. Que a íntima atividade intestinal das vacas seja detectável do espaço interplanetário é um pouco desconcertante, especialmente quando tantas coisas que valorizamos não o são.

O Allen Telescope Array (ATA) é um "é formado por varias antenas pequenas, que interligadas eletromagneticamente da a eficacia de uma grande antena. Este radio telescópio utilizado pelo SETI Institute é projetado para ser altamente eficaz na procura por ondas de  de rádio as quais seriam sinais inteligência extraterrestre
A detecção do um tipo especial de onda de rádio que emana da Terra. Seria uma evidencia de vida inteligente. Embora,  muitos processos naturais são capazes de gerá-las. Pois, já encontramos emissões de rádio vindas de outros mundos aparentemente inabitados: geradas por elétrons presos nos fortes campos magnéticos de planetas, por movimentos caóticos na frente de choque que separa esses campos magnéticos do campo magnético interplanetário, e por raios. Isto, porém, é diferente: parte da transmissão de rádio vinda da Terra está numa freqüência central constante para cada transmissão, ao que ainda é acrescentando um sinal modulado (uma seqüência complexa de intervalos). Nenhum elétron em campos magnéticos, nenhum choque de ondas, nenhuma descarga de raio pode gerar algo parecido. A sua conclusão de que a transmissão de rádio se deve à existência de tecnologia sobre a Terra é válida, independentemente do que as intermitências significam: você não tem de decodificar a mensagem para estar seguro que é uma mensagem.
Imagem feita a bordo da estação espacial internacional mostra o mar Mediterrâneo, a peninsula do Sinai e o delta do rio Nilo
Assim, se saberia que pelo menos uma espécie sobre a Terra alcançou a tecnologia do rádio. Qual delas? Os que produzem metano? Aqueles geram oxigênio? Ou alguma outra espécie, mais sutil, seres que de outra forma não são detectáveis por uma nave espacial que se precipitasse por perto? Para buscar essa espécie tecnológica, você talvez queira examinar a Terra em graus de resolução cada vez mais precisos, à procura, se não dos próprios seres, pelo menos de seus artefatos.

Você primeiro empregaria um telescópio modesto com o qual apenas veria oceanos, desertos e Kilometros de montanhas, poucas crateras isso provaria que a Terra é geologicamente ativa. Mas, nenhum sinal de vida. No entanto, à medida que se olha com uma resolução mais alta pode ver que há também lugares estranhos rodeados de vegetação embora eles próprios não exibam plantas. Parecem borrões descoloridos sobre a paisagem. Isso seria mais uma evidencia de vida inteligente embora ainda não possa se chegar à conclusão de que tipos de seres são estes.
Já olhando com resolução muito elevada, descobre que existem  linhas retas que se entrecruzam dentro das cidades e as longas linhas retas que as ligam com outras cidades estão cheias de seres multicoloridos, aerodinâmicos, com alguns metros de comprimento, deslocando-se polidamente um atrás do outro num cortejo longo, lento e ordenado. Eles são muitos pacientes. Nos ângulos retos, uma corrente de seres detém para que outra corrente possa seguir adiante. À noite, eles acendem duas luzes brilhantes na frente para poderem ver o caminho. Alguns, uns poucos privilegiados, entram em casinhas ao final de um dia de trabalho e se recolhem à noite. A maioria não tem casa e dorme nas ruas. Por fim! Você detectou a fonte de toda a tecnologia, as formas de vida dominantes do planeta. As ruas das cidades e as estradas dos campos são evidentemente construídas para o seu proveito. Você poderia pensar que está realmente começando a compreender a vida sobre a Terra. E talvez tivesse razão.

Todas as observações que você fez até agora foram no lado do planeta em que é dia. Algo muito interessante é revelado quando olha para a Terra à noite: o planeta é iluminado. É possível reconhecer que as luzes traçam os contornos dos mesmos continentes vistos durante o dia; e muitas correspondem às cidades que você já indicou no mapa. As cidades estão concentradas perto dos litorais. Tendem a ser mais esparsas no interior dos continentes. Talvez os organismos dominantes precisem desesperadamente da água do mar (ou talvez os navios que cruzam os oceanos tenham sido no passado essencial para o comércio e emigração).

Parece-me tranqüilizador saber que do espaço você pode detectar tão facilmente miudezas da vida sobre a Terra – os hábitos gastrintestinais de ruminantes, enquanto uma parte tão grande de nossa arquitetura monumental, as nossas maiores obras de engenharia, o nosso empenho em cuidarmos uns dos outros são quase totalmente invisíveis. É uma espécie de parábola. A esta altura, sua expedição à Terra deve ser considerada extremamente bem-sucedida. Você caracterizou o ambiente, detectou a vida, descobriu manifestações de seres inteligentes e talvez até tenha identificado a espécie dominante, a que é impregnada de geometria euclidiana e retilinearidade. Desde o espaço seria muito difícil de saber ao certo se a Terra é habitada por vida inteligente ou simplesmente por seres que produzem descontroladamente gases que contaminam a sua atmosfera, o único sinal de que somos uma civilização inteligente, superior as bactérias ou plantas  seria apenas nossas transmissões de radio e não nossa arrogância, preconceito e egoísmo que é comum aqui na Terra achar que isso nos torna superiores um dos outros.

Texto adaptado do livro Pálido Ponto azul do astrônomo Carl Edward Sagan

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sobre o livro cosmos



Este é um dos livros mais facinantes que eu já lí, me lembro como se fosse agora o dia que eu ganhei de presente este livro de um dos meus professores de física na epoca que eu fazia ainda o pre-vestibular.
Cosmos, é talvez a obra-prima de Carl Sagan, na qual ele nos incentiva a conhecer mais o universo no qual nos encontramos inseridos, apesar de ter sido escrito alguns anos atras  suas deslumbrantes e expressivas ilustrações, surge curiosamente numa altura em que o seu conteúdo e mensagem se revelam mais atuais do que nunca e ainda hoje acredito que  Cosmos continua a ser o mais poderoso antídoto para o fundamentalismo, a intolerância, a superstição, o racismo, o nacionalismo. Podendo ser considerada uma das grandes obras do século XX, pelo seu conteúdo e qualidade literária.

Eu pessoalmente recomendo a todos vocês comprar este livro e disfrutar das maravilhas do universo descritas pela ciência.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Porque o céu é azul?



As diferentes cores que vemos no céu, é resultado apenas das interações  da luz com a atmosfera. Absorção e reflexão dos diferentes comprimentos de onda do espectro da luz visível pelos átomos que formam o ar.
O azul de uma manhã de maio sem nuvens ou o vermelho e o laranja de um pôr-do-sol sobre o mar levaram os seres humanos ao deslumbramento, à poesia e à ciência. Não importa o lugar onde vivemos sobre a Terra, não importa qual seja a nossa língua, nossa condição econômica, religião, costumes ou política, temos um céu em comum.  A pesar que por causa da poluição vemos em alguns lugares céus marrons, ou cinzentos ainda é considerado como o céu como sendo de cor azul. Entretanto, há mundos com céus pretos e amarelos, talvez até mesmo verdes. A cor do céu caracteriza o mundo.

Os pássaros voam no azul, as nuvens estão ali suspensas, os seres humanos o admiram e com ele convivem, a luz do Sol e das estrelas esvoaça por ele. Mas o que é afinal? Onde termina? Qual o seu volume? De onde vem todo esse azul? Se é um lugar-comum para todos os seres humanos, se isso caracteriza o nosso mundo, certamente devemos saber alguma coisa sobre ele. O que é céu?