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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Vida em Vênus? Cientistas procuram a verdade

Nesta semana na Nature  foi publicado um artigo que fala sobre  um repentino  crescimento de interesse pelo vizinho infernal da Terra após a detecção da fosfina, um marcador potencial de vida.

A descoberta surpresa de um gás que poderia ser um sinal de vida em Vênus reacendeu o interesse científico no vizinho mais próximo da Terra . Pesquisadores independentes e de agências espaciais de todo o mundo agora correm para virar seus instrumentos - tanto na Terra quanto no espaço - em direção ao planeta para confirmar a presença do gás, chamado fosfina, e investigar se ele realmente poderia vir de uma fonte biológica ou  de um processo natural, ainda desconhecido pela humanidade.

Antes de considerar seriamente essa possibilidade, os cientistas estão ansiosos para ter certeza de que a fosfina realmente está presente em Vênus. Nem todo mundo ainda está convencido com a observação da equipe. Isso ocorre em parte porque os pesquisadores identificaram apenas uma linha de absorção para a fosfina em seus dados, diz Matthew Pasek, cosmobiogeoquímico da Universidade do Sul da Flórida, em Tampa. “Alguém precisa confirmar.” Os astrônomos agora esperam acompanhar a detecção usando outros telescópios na Terra.

BepiColombo está definido para passar Vênus em outubro, onde pode ajudar a confirmar os sinais potenciais de vida recentes ESA / ATG medialab.

“Agora que encontramos a fosfina, precisamos entender se é verdade que é um indicador de vida”, diz Leonardo Testi, astrônomo do Observatório Europeu do Sul em Garching, Alemanha. Vênus é o irmão gêmeo do mal da Terra - e as agências espaciais não podem mais resistir à sua atração.

Em 14 de setembro, os cientistas revelaram que encontraram fosfina na atmosfera de Vênus, cerca de 55 quilômetros acima da superfície 1 , usando o Atacama Large Millimeter / submillimeter Array no Chile e o James Clerk Maxwell Telescope no Havaí. Os dados de rádio mostraram que a luz estava sendo absorvida em comprimentos de onda milimétricos que correspondiam a uma concentração de fosfina de 20 partes por bilhão na atmosfera.

Astrobiólogos apontaram a fosfina - um composto tóxico de hidrogênio e fósforo - como uma possível assinatura para a vida em outros planetas 2 , e é produzida por alguns organismos na Terra. “A vida anaeróbica o produz com bastante felicidade”, diz Clara Sousa-Silva, astrofísica molecular do Massachusetts Institute of Technology em Cambridge e co-autora do estudo de detecção de fosfina. Mas o gás deve ser decomposto na atmosfera áspera e altamente ácida de Vênus. Isso levou a equipe de descoberta a concluir que deve haver algum mecanismo de reposição do gás, sugerindo uma produção biológica ou um processo químico desconhecido que os cientistas ainda não conseguem explicar. Os pesquisadores sugeriram provisoriamente 3 que na região da atmosfera onde a fosfina foi encontrada - longe das pressões esmagadoras e das temperaturas escaldantes da superfície do planeta - alguns micróbios transportados pelo ar poderiam sobreviver.

Antes de considerar seriamente essa possibilidade, os cientistas estão ansiosos para ter certeza de que a fosfina realmente está presente em Vênus. Nem todo mundo ainda está convencido com a observação da equipe. Isso ocorre em parte porque os pesquisadores identificaram apenas uma linha de absorção para a fosfina em seus dados, diz Matthew Pasek, cosmobiogeoquímico da Universidade do Sul da Flórida, em Tampa. “Alguém precisa confirmar.”

Os astrônomos agora esperam acompanhar a detecção usando outros telescópios na Terra. “Estamos propondo o uso de dois instrumentos”, diz o cientista planetário Jason Dittmann, do Massachusetts Institute of Technology, que planeja fazer observações com Sousa-Silva. Um dos instrumentos está no Infrared Telescope Facility da NASA no Havaí; o outro está no Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy , um avião que carrega um telescópio.

As observações no infravermelho e em outras partes do espectro permitirão aos cientistas procurar outras linhas de absorção associadas à fosfina, fornecendo uma maneira de verificar sua presença. Eles também podem oferecer mais dados sobre onde a fosfina está localizada e como seus níveis variam ao longo de dias e semanas. A equipe de Dittmann esperava observar Vênus em julho de 2020, mas a pandemia de coronavírus atrasou seu telescópio. “Temos esperança de começar a obter dados em um futuro próximo”, diz ele.

Longe da Terra, outroViss planos estão em andamento. Três missões estão programadas para voar perto de Vênus nos próximos meses: a espaçonave BepiColombo , da Europa e do Japão , a caminho de Mercúrio, e a Orbiter Solar da Agência Espacial Europeia e a Sonda Solar Parker da NASA , ambas a caminho do sol.

As observações feitas por essas espaçonaves são vantajosas porque não seriam restringidas pela atmosfera da Terra. Mas os instrumentos das naves são projetados para olhar para outras coisas, como a superfície de Mercúrio ou o Sol, então não está claro se eles têm a sensibilidade certa para detectar fosfina na atmosfera venusiana.

Mais promissoras são provavelmente as missões ainda em desenvolvimento, que podem ser alteradas para apoiar a detecção de fosfina. A descoberta fortalece o caso de tais missões, diz Jörn Helbert, do Centro Aeroespacial Alemão, que é membro da equipe BepiColombo.

A Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO) tem um orbitador de Vênus chamado Shukrayaan-1, planejado para ser lançado em 2025. A ISRO não respondeu ao pedido da Nature para comentar sobre seus planos para Vênus. Mas Sanjay Limaye, um cientista planetário da Universidade de Wisconsin-Madison, diz que a ISRO tem tempo suficiente para reconsiderar seus instrumentos

Os Estados Unidos e a Europa também estão contemplando missões a Vênus que poderiam fornecer dados úteis sobre a habitabilidade potencial do planeta - ou mesmo pesquisar diretamente por sinais de vida

Fonte: Nature


segunda-feira, 24 de junho de 2019

Sobre a arte de explicar algo.




Explicar é uma arte extremamente difícil, sobretudo quando trata-se de teorias, fatos e logros científicos. Pesquisadores  nas áreas de ciências naturais/exatas e professores podem explicar algo de modo que o público alvo entenda as palavras ou podem explicar algo de modo que a pessoa se sinta motivada pelo assunto. Para conseguir este último resultado, a maioria das vezes não basta lecionar uma aula seguindo o “manual” ou mostrar dados, de forma desapaixonada, nesse quesito nós da ciência de longe perdemos para divulgadores de pseudociência ou charlatanismo.

Na minha curta experiência pelo campo da ciência, muitas das vezes me vi na necessidade de atuar como uma espécie de advogado do conhecimento científico e da razão e defender teorias e fatos científicos de forma apaixonada e fazendo uso de todos os truques desta área, motivado pelo fato de que a maioria das pessoas, mesmo fazendo uso de todos os confortos promovidos pela tecnologia atual, exibem uma grande desconfiança e resistência a aceitar teorias, logros ou métodos científicos amplamente usados e verificados.

Como exemplo posso citar que em pleno século XXI ainda existam milhares de pessoas que acreditam que a Terra é plana, e tudo isso elas fazendo uso diário de internet e GPS, tecnologias que só são possíveis graças a satélites que orbitam a Terra, seguindo fielmente as leis descritas por  Johannes Kepler e cujos instrumentos a bordo seguem correções feitas pelos modelos descritos na teoria da relatividade. Poderia falar também em pessoas que são contra as vacinas como método para evitar epidemias ou nas pessoas que acreditam que suas vidas pessoais tem influência vinda de planetas ou constelações distantes.

Quero chamar a atenção para este último parágrafo, pois, muitas vezes a plateia não basta ver um professor ministrando uma aula ou um pesquisados proferindo uma palestra de forma fria e técnica, ainda tem o sentimento de que a ciência não tem nenhuma interferência na suas vidas diárias, não é por acaso que muitas vezes nas salas de aula de física e matemática nos níveis básicos se escutar comentários do tipo: “para que serve isso” ou “em que vou usar isso na minha vida”, quando na verdade todo o que usamos em nosso dia a dia é produto da ciência ou sendo mais sincero quase tudo tem uma influência direta da física e matemática.

Para concluir este pequeno texto só gostaria de pedir a meus leitores que são ou pretendem ser das áreas das ciências, além do conhecimento técnico adquirido também se apaixonem pela ciência, pois assim não apenas conseguiram explicar o mundo de forma que alguém entenda suas palavras, mas sim de modo que elas se apaixonem incondicionalmente pelo assunto. Ao final o que pode ser mais apaixonante que olhar ao nosso redor e entender que nós e todo o que vemos ou sentimos é produto de 13,7 bilhões de evolução de uns átomos de hidrogênio.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

As Estrelas e Nós

A Nebulosa da Águia,Situa-se aproximadamente 7 000 anos-luz em relação ao Sistema Solar, também conhecida como os "pilares da criação" devido a ser uma região onde constantemente estão se formando novas estrelas
A ciência nos permite saber que, aqueles pontinhos brilhantes no céu que vemos todas as noites, chamadas pelos humanos de estrelas,  são o motor que impulsiona a vida, estes majestosos objetos com sua luz e calor possibilitam a vida na Terra e certamente em muitos outros planetas por todo o universo. Essa proeza da natureza só é possível graças a um delicado equilíbrio entre a gravidade gerada pela massa da estrela e a pressão interna gerada pela fusão nuclear.

 As estrelas semelhantes ao nosso Sol basicamente fusionam no seu núcleo hidrogênio e hélio, elas fazem isso durante quase toda sua vida, outras estrelas com uma massa superior à do sol também podem começar sua existência fusionando hidrogênio e hélio, mas, quando esgotam todo o seu combustível inicial a fusão continua, resultando como produto final, átomos mais pesados como por exemplo carbono, neon, oxigênio, silício e ferro.
Quando a fusão atômica no núcleo de uma estrela tem produzido o elemento ferro, significa que a vida dessa estrela esta chegando a seu fim, o qual pode ser uma morte súbita (numa explosão) ou uma morte lenta e agonizante. Este processo depende basicamente da quantidade de massa inicial que tenha o astro. Por exemplo, as estrelas pequenas como o sol tem um final lento, pois estas estrelas crescerão tanto que engoliram seus planetas mais próximos e mais no final perderam parte de seu material para o espaço num fenômeno conhecido como gigante vermelha, outras que obedecem algumas condições estabelecidas pela física, têm um final rápido, dramático e explosivo, este fenômeno é chamado de supernova. Nas explosões de supernova são originados outros elementos mais pesados que os que são gerados pela fusão nuclear.



Nosso desejo de conhecer outros filhos das estrelas é expressada claramente neste desenhor feito por uma criança chamado de "Campeonato universal" by: Asli Soyer, 12, Turquia, Creditos:  URSA,DLR,NASA
 
Estes processos astronômicos são fundamentais para nossa existência, devido que graças a estes fatos é produzida a matéria prima para a vida, é como se uma estrela oferecer sua vida em sacrifico pra existir a nossa. O material que as estrelas, na agonia de seus últimos momentos de vida devolvem ao universo será reciclado para ajudar a formar novas estrelas e também novos planetas que se tiverem as condições idôneas gerarão vida como o fez o nosso.

Dessa forma só nos resta a enorme felicidade de saber que todos nós fomos parte de alguma estrela que deixou de existir a bilhões de anos, a qual deixou de brilhar no céu para  se transformar em cada um nós. É talvez um pouco desagradável saber que somos feitos de matéria ordinária a qual segue fielmente as leis descritas pela física e a química. Mas, a verdade é essa, por mais ficcional que pareça.

As estrelas são nossos parentes mais remotos, dos quais nos originamos. Nossos ancestrais mais distantes no tempo brilhavam no céu de outrora.  Somos filhos das estrelas, essa pode ser a principal razão de querer conhecer e explorar as estrelas, de deixar um dia a Terra e se aventurar rumo a outros mundos, à procura de nossos irmãos siderais, outros filhos das estrelas que podem estar também a nossa procura em algum lugar do universo. Somos filhos das estrelas querendo conhecer suas origens, somos estrelas querendo se conhecer assim mesmas, querendo conhecer outros filhos que as estrelas geraram em incontáveis mundos em todo o universo.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O desejo por compreender o mundo e o mito da imortalidade



Deixar um mundo melhor para as novas gerações talvez seja um modo de  tonrar nossas pessoas imortais.
A humanidade desde seu surgimento sempre buscou compreender os fenômenos e os mistérios do mundo à sua volta, na tentativa  de compreender esses fenômenos surgiram algumas mitologias que ofereciam algum tipo de resposta que embora não seja verdadeira se espalharam rapidamente pelas multidões, muitas dessas mitologias perduram até hoje, mas pra algumas pessoas a busca por compreender as leis que regem os fenômenos no mundo a sua volta constitui-se num desafio, uma espécie de aventura que requer uma observação e catalogação de dados cuidadosa, tarefa que pode levar anos ou mesmo uma vida inteira.
 Muitos se perguntam, qual é a razão para algumas pessoas dedicarem sua vida a entender o funcionamento do mundo? Acredito eu, que além da realização pessoal, dar de presente para a humanidade o conhecimento sobre o universo de qual fazemos parte é o único caminho para a imortalidade. Pois, o reconhecimento e a gratidão das gerações que o sucederão será a melhor expressão da realização do mito da imortalidade para qualquer cientista.

sábado, 25 de outubro de 2014

Como surgiram as moléculas precursoras da vida?

A experiência de Stanley Miller. O aparelho é preenchido com uma atmosfera de metano, amônia e hidrogênio. Um balão de água simula um oceano primitivo (a água é aquecida por uma resistência, o que contribui para o enriquecimento da atmosfera com o vapor de água). Dois elétrodos, que são usados para produzir relâmpagos, fornecer energia ao sistema.
Nós seres humanos, parecemos bem diferentes de uma árvore. Sem dúvida, percebemos o mundo de uma maneira bem diferente de um vegetal. Mas no fundo, no íntimo molecular da vida, as árvores e nós somos essencialmente idênticos. Ambos utilizamos ácidos nucléicos na hereditariedade, bem como proteínas e enzimas para controlar a química de nossas células e mais importante ainda, ambos utilizamos precisamente o mesmo livro de código para transformar a informação do ácido nucléico em informação de proteína, como o fazem virtualmente todas as outras criaturas no planeta Terra.

A explicação comum desta unidade molecular é que somos todos — árvores e pessoas, o peixe diabo-marinho, o limo vegetal e os paramécios — descendentes de um único e comum instante da origem da vida no início da história em nosso planeta. Como surgiram então as moléculas importantes na Terra? Será que elas podem surgir facilmente em outros lugares do universo?

Carl Sagan Trabalhou arduamente no laboratório da Universidade de Cornell com a finalidade de responder estas perguntas. Ele e sua equipe uniram e separam os gases da Terra primitiva: hidrogênio, água, amônia, metano, sulfeto de hidrogênio, todos presentes, casualmente, no planeta Júpiter hoje e pelo Cosmos. As faíscas eletricas produzidas pelos elétrodos correspondem aos raios, também presentes na Terra antiga e no atual Júpiter.

A reação no recipiente é, de início, transparente: os gases precursores são inteiramente invisíveis, mas após dez minutos de faiscagem vemos um estranho pigmento marrom lentamente riscando os lados do recipiente. O interior gradualmente se torna opaco, coberto por um alcatrão marrom e escuro.

Se tivéssemos utilizando a luz ultravioleta — simulando o Sol inicial — os resultados teriam sido quase que os mesmos. O alcatrão é uma coleção extremamente rica de moléculas orgânicas complexas, incluindo as partes componentes de proteínas e ácidos nucléicos. A essência da vida parece poder ser facilmente montada.

Estas experiências foram feitas pela primeira vez no início dos anos 50 por Stanley Miller, então um aluno graduado do químico Harold Urey. Urey argumentava com insistência que a atmosfera inicial da Terra era rica em hidrogênio, como é na maior parte do Cosmos — que o hidrogênio tem escapado para o espaço proveniente da Terra, mas não do massivo Júpiter, e que a origem da vida se deu antes da perda do hidrogênio.

 Após Urey ter sugerido que estes gases escaparam, alguém perguntou a ele o que esperava obter da experiência. Urey replicou: "Beilstein". Beilstein é um maciço compêndio alemão de 28 volumes, listando todas as moléculas orgânicas conhecidas pelos químicos.


Utilizando somente os gases mais abundantes presentes no início da atmosfera da Terra e quase que qualquer fonte energética que rompa cadeias químicas, podemos produzir os blocos essenciais de construção da vida. Ate agora nenhum cientista misturou num laboratório alguns gases e viu algum tipo de ser vivo sair caminhando do laboratório, mas pelo menos sabemos que é provável dos blocos básicos da construção da vira aparecer pelo universo.