Korolev com um dos cães lançados em foguetes desenvolvidos por ele mesmo.Créditos: Natalya Koroleva |
Como
prometido anteriormente, nesta nossa jornada por entender os inícios da
exploração espacial, seria uma injustiça deixar de mencionar um homem que fez
grandes contribuições ao desenvolvimento de foguetes, os quais possibilitaram
colocar em orbita da Terra, diversos aparelhos, pessoas e até cachorros e
diversas sondas espaciais em direção à lua e alguns planetas do Sistema Solar. Alguns
acreditam que ele talvez fez mais contribuições para a corrida espacial do que
o próprio Wernher von Braun, este pioneiro teve seu nome mantido em segredo de
estado por motivos de segurança e só foi revelado após sua morte. Estamos
falando do engenheiro Sergei
Pavlovich Korolev.
Sergei
Pavlovich Korolev (1907-1966) é amplamente considerado como o fundador do
programa espacial soviético. Pois, Antes da Segunda Guerra Mundial ele já
estava envolvido em estudos com foguetes na URSS, Korolev, como muitos de seus
colegas, passou pelas prisões de Stalin e mais tarde participou na busca de
tecnologia de foguetes na Alemanha ocupada. Sua incrível energia, inteligência,
crença nas perspectivas de vôo espacial, habilidades gerenciais e habilidades
quase míticas na tomada de decisões fizeram dele o chefe do primeiro centro
soviético de desenvolvimento de foguetes, hoje conhecido como RKK Energia. Ele
merece muito crédito por transformar as armas de foguete em um instrumento de
exploração espacial e fazer da União Soviética a primeira nação espacial do
mundo.
Após
vários anos na prisão, em 27 de julho de 1944, as autoridades
"libertaram" Korolev e em 8 de setembro de 1945, viajou para a
Alemanha para avaliação e restauração de mísseis balísticos A-4 (V2). Em agosto
de 1946, ainda na Alemanha, Korolev foi nomeado chefe de um departamento no
recém-criado NII-88 em Podlipki, a nordeste de Moscou. Esta organização foi
feita responsável pelo desenvolvimento e produção industrial de tecnologia de
mísseis com base nos misseis usados na Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
No
auge de sua carreira, Korolev liderou o desenvolvimento do primeiro míssil
balístico do mundo, conhecido hoje como R-7, que se tornou a base para uma
família duradoura de foguetes espaciais, levando os cosmonautas russos à órbita
nas próximas décadas. O R-7, com algumas modificações tecnológicas, claro,
ainda é usado até hoje para levar astronautas e as vezes suprimentos para ISS, mais
de 60 anos depois de Korolev havê-los desenvolvido.
Nos
anos seguintes, Korolev liderou o desenvolvimento de várias gerações de mísseis
balísticos, veículos de lançamento, satélites de ciência, militares e de
comunicações, sondas interplanetárias e naves espaciais tripuladas. Em 2006, a
nave espacial Soyuz, que foi concebida na aurora da era espacial, completou
quarenta anos de funcionamento. Korolev morreu no auge de sua carreira em 14 de
janeiro de 1966. Mas, mesmo antes de sua morte, o empreendimento de Korolev, enfrentou
desafios técnicos crescentes, horários irrealistas e pressão política para
bater os americanos na chegada à para a Lua.
Devido
à natureza secreta da indústria espacial soviética, a contribuição de Korolev
para o programa espacial foi reconhecida publicamente pelas autoridades
soviéticas somente após sua morte. Por várias décadas mais, a personalidade de
Korolev permaneceu um assunto de distorções pela imprensa soviética oficial.
Finalmente, em 1994, Yaroslav Golovanov, jornalista e historiador russo,
publicou a primeira biografia sem censura de Sergei Korolev. Em 2002, a filha
de Korolev, Natalya, completou sua própria biografia de seu lendário pai, na
qual ela retomou a incrível viagem de vida de Korolev
Fonte: russianspaceweb
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