Infográfico que ilustra de forma didática a localização do cinturão de Van Allen. Imagens fora de escala. Créditos: Internet |
A camada mais externa da
atmosfera é a exosfera, que se inicia a 480 km da superfície. Nessa altitude o
ar é tão rarefeito que é raro seus átomos colidirem entre si como fazem
centenas de milhões de vezes nas densidades existentes na superfície. Ao invés,
seguem trajetórias balísticas, quais projeteis de artilharia, encurvando-se
para cima e depois para baixo. Alguns deles orbitam ao redor da Terra e são
verdadeiros satélites. Os mais rápidos, que receberam violentos impulsos de
energia em consequências de colisões com outros, alcançam a velocidade de
escape. Projetam-se da atmosfera para o espaço e jamais retornam para á Terra.
A maioria desses desertores são
átomos de hidrogênio separados de moléculas de água pela fotodissociação. São
em pequeno número. Cerca de meio quilo de átomos de hidrogênio escapam da Terra
a cada segundo, cifra insignificante a escala geológica do tempo; a quase
totalidade é de prótons, ou núcleos de átomos de hidrogênio, emitidos pelo sol.
A exosfera se exaure
gradualmente, com seus átomos sempre escapando. Acima da base da exosfera estão
os cinturões de Van Allen, anéis de prótons e elétrons em espiral, emitidos
pelo sol e aprisionados pelo campo magnético terrestre. Foram descobertos pelos
primeiros satélites artificiais e são considerados um perigo para vôos espaciais
tripulados a certa altitude. Esses cinturões e o campo magnético da Terra se
estendem até 64 000 km de altura; nessa região, as partículas carregadas do sol
superam o débil campo magnético da Terra distante. É a magnetopausa, a última
fronteira entre a Terra e o espaço interplanetário.
Texto adaptado do Livro "Os Planetas" de Carl Sagan, 1968
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