Como é de conhecimento no mundo acadêmico, a atividade de pesquisa em nanotecnologia médica e de câncer tem crescido dramaticamente nos últimos 15 anos. O campo tornou-se um berço de investigações multidisciplinares que reúnem físicos, químicos e engenheiros que trabalham com médicos e biólogos para resolver problemas primordiais no tratamento do câncer. Alguns criticos na área argumentaram que a explosão do número de trabalhos de pesquisa nas revistas especializadas não foi sacompanhado de atividade clínica na nanomedicina.
No entanto, três novas "nanodrugs" (nano drogas) já foram aprovadas pelo Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) nos últimos três anos, confirmando a validade das abordagens nanotecnológicas no tratamento do câncer.
Num artigo publicado no final de junho de 2019 na revista ACS Nano, por cientistas do Estados Unidos e Israel, foi discutido as possíveis barreiras que inibem a incorporação adicional de nanomedicina em cuidados com o paciente, possíveis estratégias para superar essas barreiras e prometer novas direções em intervenções de tratamento de câncer baseadas em nanotecnologia.
Cujas discuções apresentadas nesse artigo são resultados de discussões realizadas em um recente workshop estratégico realizado no National Cancer Institute (NCI), que reuniu líderes de pesquisa, clínicos e empresarios da campo da nanomedicina. Alguns dos pontos discutidos foram:
- desenvolvimento de abordagens para melhorar acúmulo e penetração de nanopartículas tumorais;
- Expandir o “leque de ferramentas” de moléculas que estão sendo entregues usando nanopartículas e, assim, possibilitando terapias que não são acessível a entrega de drogas convencional;
- Identificar o lugar exato do cancer onde deve-se intervenir com as terapias a base de nanotecnologia; e, finalmente,
- Melhorar projetos de ensaios clínicos envolvendo técnicas nanoterapêuticas.
Por fim varios trabalhos recentes se concentraram no desenvolvimento de estratégias para abrir a barreira endotelial do tumor, diminuir os efeitos colaterais e aumentar a penetração de nanopartículas no tumor cancerigeno. A maioria de pesquisas de nanoformulações até agora confiaram em monoterapias envolvendo drogas em pequenas moléculas. Esta dependência de monoterapias está mudando lentamente com esforços para empacotar dois ou mais medicamentos numa só nanopartículas na tentativa de alavancar sua ação sinérgica. Outra direção de interesse é a síntese de novos produtos químicos ou pró-fármacos adaptados para ser entregues em lugares especificos do corpo usando nanocarreadores desenvolvidos para este proposito
Fonte:
Integrating Nanotechnology into Cancer Care. Piotr Grodzinski, Moritz Kircher, Michael Goldberg, and Alberto Gabizon. ACS Nano, Article ASAP DOI: 10.1021/acsnano.9b04266
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