segunda-feira, 24 de junho de 2019

Sobre a arte de explicar algo.




Explicar é uma arte extremamente difícil, sobretudo quando trata-se de teorias, fatos e logros científicos. Pesquisadores  nas áreas de ciências naturais/exatas e professores podem explicar algo de modo que o público alvo entenda as palavras ou podem explicar algo de modo que a pessoa se sinta motivada pelo assunto. Para conseguir este último resultado, a maioria das vezes não basta lecionar uma aula seguindo o “manual” ou mostrar dados, de forma desapaixonada, nesse quesito nós da ciência de longe perdemos para divulgadores de pseudociência ou charlatanismo.

Na minha curta experiência pelo campo da ciência, muitas das vezes me vi na necessidade de atuar como uma espécie de advogado do conhecimento científico e da razão e defender teorias e fatos científicos de forma apaixonada e fazendo uso de todos os truques desta área, motivado pelo fato de que a maioria das pessoas, mesmo fazendo uso de todos os confortos promovidos pela tecnologia atual, exibem uma grande desconfiança e resistência a aceitar teorias, logros ou métodos científicos amplamente usados e verificados.

Como exemplo posso citar que em pleno século XXI ainda existam milhares de pessoas que acreditam que a Terra é plana, e tudo isso elas fazendo uso diário de internet e GPS, tecnologias que só são possíveis graças a satélites que orbitam a Terra, seguindo fielmente as leis descritas por  Johannes Kepler e cujos instrumentos a bordo seguem correções feitas pelos modelos descritos na teoria da relatividade. Poderia falar também em pessoas que são contra as vacinas como método para evitar epidemias ou nas pessoas que acreditam que suas vidas pessoais tem influência vinda de planetas ou constelações distantes.

Quero chamar a atenção para este último parágrafo, pois, muitas vezes a plateia não basta ver um professor ministrando uma aula ou um pesquisados proferindo uma palestra de forma fria e técnica, ainda tem o sentimento de que a ciência não tem nenhuma interferência na suas vidas diárias, não é por acaso que muitas vezes nas salas de aula de física e matemática nos níveis básicos se escutar comentários do tipo: “para que serve isso” ou “em que vou usar isso na minha vida”, quando na verdade todo o que usamos em nosso dia a dia é produto da ciência ou sendo mais sincero quase tudo tem uma influência direta da física e matemática.

Para concluir este pequeno texto só gostaria de pedir a meus leitores que são ou pretendem ser das áreas das ciências, além do conhecimento técnico adquirido também se apaixonem pela ciência, pois assim não apenas conseguiram explicar o mundo de forma que alguém entenda suas palavras, mas sim de modo que elas se apaixonem incondicionalmente pelo assunto. Ao final o que pode ser mais apaixonante que olhar ao nosso redor e entender que nós e todo o que vemos ou sentimos é produto de 13,7 bilhões de evolução de uns átomos de hidrogênio.

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