quinta-feira, 30 de outubro de 2014

IO: A LUA INFERNAL


A nossa lua já foi fonte de inspiração para muitos poetas, escritores e casais apaixonados. No entanto, nos dias atuais ela é mais tema de discussão para teorias de conspiração e fraudes sobre  as visitas dos humanos no século passado que fonte de inspiração poetica, apesar de esteril e deserta nossa lua poderia ser considerada bela e tranquila como uma fiel companheira sempre perto da Terra. No entanto, existe uma lua no sistema solar que é bem diferente à nossa em todos os sentidos. O nome dela é Io.
Esta montagem de imagens de Júpiter e sua lua vulcânica Io, foi tirada pelas câmeras da  nave espacial New Horizons, em início de 2007. Crédito da imagem: NASA / Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory / Southwest Research Institute / Goddard Space Flight Center
Io é um satélite natural que orbita o planeta Júpiter. Esta lua é um pouco maior que a nossa e é, a quarta maior lua do Sistema Solar. Io pertence à familia conhecida como luas galileanas que orbita Júpiter, esta denominação é em homenagem ao cientista Galileu Galilei, por ter sido este o primeiro humano a observa-las. 


Apesar de Io estar localizada numa zona muito fria do sistema solar, mantem uma constante atividade geologica, por esse motivo cientistas gostam de apelidar este pequeno mundo, de “lua infernal”, apelido que ganhou graças a sua grande atividade vulcânica. Io, é o que mais se aproxima ao conceito mitológico de inferno, já que é o local com mais vulcões ativos de todo o sistema solar, os quais chegam a atingir temperaturas à volta dos 1700 graus Celsius.
Io é um lugar colorido, com a sua superfície completamente enterrada em lava vulcânica a cada mil anos. O material preto e vermelho corresponde às erupções vulcânicas mais recentes e provavelmente não mais do que alguns anos. Esta imagem tirada  pela sonda Galileo. Crédito da imagem: NASA / JPL
Conceito artístico de uma visão privilegiada do planeta Júpiter desde a superfície de Io, Créditos :.allposters.com

Os constantes vulcões eliminaram da superfície de Io qualquer rasto de gelo. Esta peculiar atividade vulcânica em Io é consequência das enormes mares gravitacionais exercidas principalmente por Júpiter e também por outras duas luas chamadas Europa e Ganímedes. Estes três corpos exercem uma interação gravitacional muito forte sobre Io, forçando ao seu núcleo a sofrer constantes variações no seu diâmetro tendo como consequência esta incessável atividade vulcânica alimentada pela energia e calor gerado por fricção interna.



Aqui, a gravidade de Júpiter e da grande lua Ganimedes (com a ajuda das luas Europa e Calisto) numa especie de brincadeira cósmica, ficam puxando Io cada um para o seu lado


         
   Aliada à maior concentração vulcânica do sistema solar, a libertação de compostos de enxofre durante as erupções confere a Io a aparência de um mundo de diferentes cores: branco, vermelho, laranja, amarelo e preto. Outra consequência desta atividade vulcânica consiste na expulsão de matéria e gases que se afastam para centenas de quilómetros de altura. Devido à fraca gravidade, alguma dessa matéria escapa para o espaço, formando uma espécie de nuvem gigantesca. É impossível não imaginar por um momento se Io  fosse a nossa lua, que aparência  teria esta lua infernal? Quem sabe essa resposta seja dada pelos futuros exploradores humanos que se alojarão nas vizinhanças  de Io, já seja em Europa ou outros mundos próximos que estão a nossa espera.


Créditos:

Melting of Io by Tidal Dissipation/S. J. Peale, P. Cassen and R. T. Reynolds. Volcanism on Io : a comparison with Earth/Cambridge ; New York : Cambridge University Press, 2007.
www.nasa.gov


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